A História acontece como tragédia e se repete enquanto farsa. Karl Marx. 18 brumário

domingo, 28 de março de 2010

Leva-me



EMMENEZ-MOI

Vers les docks où le poids et l’ennui
Me courbent le dos
Ils arrivent le ventre alourdi
De fruits les bateaux

Leva-me
Em direção às docas, onde o peso e o tédio
me curvam as costas
Eles chegam, pesados de frutas,
os navios

Ils viennent du bout du monde
Apportant avec eux
Des idées vagabondes
Aux reflets de ciels bleus
De mirages

Traînant un parfum poivré
De pays inconnus
Et d’éternels étés
Où l’on vit presque nus
Sur les plages

Eles vêm do fim do mundo,
trazendo com eles idéias nômades
Nos reflexos do céu azul, miragens
Atrás de si, uma fragrância apimentada
de países desconhecidos
e eternos verões
Lugares onde se vive quase nu
pelas praias

Moi qui n’ai connu toute ma vie
Que le ciel du nord
J’aimerais débarbouiller ce gris
En virant de bord

Eu que, em toda minha vida,
não conheci mais do que o céu nórdico
Quero lavar esse cinza,
mudando de rumo

Emmenez-moi au bout de la terre
Emmenez-moi au pays des merveilles
Il me semble que la misère
Serait moins pénible au soleil

Leve-me até os confins da terra
Leve-me ao país das maravilhas
Me parece que a pobreza
Seria menos dolorosa quando se está sob o sol

Dans les bars à la tombée du jour
Avec les marins
Quand on parle de filles et d’amour
Un verre à la main

Nos bares, ao cair da tarde,
com os marinheiros
Quando falamos de amor, de garotas,
um copo na mão

Je perds la notion des choses
Et soudain ma pensée
M’enlève et me dépose
Un merveilleux été
Sur la grève

Perco a noção das coisas
e de repente meus pensamentos me levam até
um verão maravilhoso

Où je vois tendant les bras
L’amour qui comme un fou
Court au devant de moi
Et je me pends au cou
De mon rêve

Onde vejo, braços servis, o amor que,
como louco, corre diante de mim
E enlaço meu sonho,
com os braços em volta do pescoço

Quand les bars ferment, que les marins
Regagnent leur bord
Moi je rêve encore jusqu’au matin
Debout sur le port

Quando o bar fecha,
Quando os marinheiros se unem, de volta ao seu rumo
Eu permaneço sonhando, até de manhã
De prontidão no cais

Emmenez-moi au bout de la terre
Emmenez-moi au pays des merveilles
Il me semble que la misère
Serait moins pénible au soleil

Leve-me até os confins da terra
Leve-me ao país das maravilhas
Me parece que a pobreza
Seria menos dolorosa quando se está sob o sol

Un beau jour sur un rafiot craquant
De la coque au pont
Pour partir je travaillerais dans
La soute à charbon

Algum belo dia, num raffiot (tipo de embarcação)
fissurado, do casco à cabine de comando
Para partir trabalharei nos depósitos de carvão

Prenant la route qui mène
A mes rêves d’enfant
Sur des îles lointaines
Où rien n’est important
Que de vivre

Où les filles alanguies
Vous ravissent le coeur
En tressant m’a t’on dit
De ces colliers de fleurs
Qui enivrent

Tomando o caminho que me levará
aos meus sonhos de criança
A ilhas distantes onde nada mais importa
além de viver
Onde garotas esguias são um deleite ao coração,
me disseram, com seus colares de tramas de flores,
inebriantes

Je fuirais laissant là mon passé
Sans aucun remord
Sans bagage et le coeur libéré
En chantant très fort

Eu fugiria, deixando meu passado
Sem nenhum remorso,
Sem bagagem e de coração livre
Cantando bem alto

Emmenez-moi au bout de la terre
Emmenez-moi au pays des merveilles
Il me semble que la misère
Serait moins pénible au soleil

Leve-me até os confins da terra
Leve-me ao país das maravilhas
Me parece que a pobreza
Seria menos dolorosa quando se está sob o sol

Emmenez-moi au bout de la terre
Emmenez-moi au pays des merveilles
Il me semble que la misère
Serait moins pénible au soleil

Leve-me até os confins da terra
Leve-me ao país das maravilhas
Me parece que a pobreza
Seria menos dolorosa quando se está sob o sol

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