A História acontece como tragédia e se repete enquanto farsa. Karl Marx. 18 brumário

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Blog de Ricardo Noblat: colunista do jornal O Globo com notícias sobre política direto de Brasília - Ricardo Noblat: O Globo




Foto das vaias em FHC e Jarbas quando da mostra sobre Fiel, operário morto pelos demotucanos e do jornalista Vladimir herzog "enforcado" nos porões da ditadura demotucana.




Quem tem medo da verdade
De Luiz Cláudio Cunha no site Observatório de Imprensa:
Só as feridas lavadas cicatrizam. (Michelle Bachelet, médica, torturada em 1975, presidente do Chile em 2006)
Na antevéspera do Natal, quando já bimbalhavam os sinos, o presidente Lula ouviu em seu gabinete um tropel distante. Não eram as renas do bom velhinho. Era o som metálico dos cascos das montarias de seu ministro da Defesa e dos chefes das Forças Armadas, em marcha batida para emparedar o presidente na mais grave crise militar da República desde 1977, quando o presidente Ernesto Geisel demitiu o então ministro do Exército Sylvio Frota, num gesto implacável e temerário para conter o radicalismo da linha-dura do regime – que no espaço de três meses matou, sob torturas, o jornalista Vladimir Herzog e o operário Manoel Filho no DOI-CODI do II Exército, em São Paulo.
Desta vez ocorre o contrário. Os comandantes militares é que tentam enquadrar o presidente da República, ameaçando uma demissão coletiva contra o decreto presidencial que cria a Comissão Nacional da Verdade, destinada a investigar violações de direitos humanos e casos de tortura durante a ditadura militar (1964-1985).
Durante duas décadas, um aparato repressivo estimado em 24 mil agentes prendeu por razões políticas cerca de 50 mil brasileiros e torturou algo em torno de 20 mil pessoas – três a cada dia.
Os militares já tinham reagido mal, em agosto de 2007, quando o Palácio do Planalto lançou o livro Direito à Memória e à Verdade, um corajoso trabalho de 11 anos da Secretaria de Direitos Humanos, reconhecendo pela primeira vez a responsabilidade do governo na violência oficial, com a lista de 339 mortos e desaparecidos pela repressão política. Acintosamente, nenhum chefe militar compareceu à cerimônia presidida pelo comandante-em-chefe das Forças Armadas, o presidente Lula.


Há exatos 40 anos, um crime chocou a cidade do Recife. A morte brutal do padre Henrique, que sequestrado, torturado, mutilado e morto pelos demotucanos, repressores da ditadura militar brasileira. Padre Henrique fora indicado pelo Arcebispo de Recife e Olinda, Dom Hélder Câmara (que este ano completaria 100 anos) para coordenar a Pastoral da Juventude.

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