A História acontece como tragédia e se repete enquanto farsa. Karl Marx. 18 brumário

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

LINGUA PORTUGUESA - OXÍMORO

Oxímoro - Palavra oximoro vem do grego: oxus, que quer dizer agudo, penetrante, e outros adjetivos com sentido semelhante; e moros, indicativo de tolo, idiota, pateta, e mais alguns insultos nesse mesmo calão presumidamente civilizado. E denomina a figura de linguagem que reúne dois conceitos opostos numa só expressão, formando assim um terceiro conceito paradoxal cuja interpretação dependerá de quem o ouve, ou lê. Como acontece, por exemplo, em “boato fidedigno”, “silêncio eloqüente”, “crescimento negativo”, “é proibido proibir”, “lúcida loucura”, “conseguir o impossível”, “foi sem querer, querendo”, “reparar o irreparável”, “grito do silêncio”, “obscura claridade”, “gentileza cruel”, “espontaneidade calculada”, e tantos outros mais. Ou, ainda, como dizia Benedito Valadares, interventor em Minas Gerais na época da ditadura Vargas: “eu não sou contra nem a favor, muito pelo contrário”.o
O mais conhecido de todos os exemplos, porque mencionado por quantos se refiram aos oxímeros, está em um soneto do poeta português Luis de Camões (1524-1580), cujos versos dizem:
Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Camões, Lírica, "Aquela triste e leda madrugada")

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