Acerto de Contas - blog de economia traduzida, política comentada e atualidades: "O Bric e a crise
Lula acertou ao prever “marolinha”, diz Le Monde
Lula Marolinha
Um dos principais jornais do mundo, o francês Le Monde, diz na edição de hoje que o presidente Lula “acertou” ao afirmar, um ano atrás, que a crise econômica mundial não passaria de uma marolinha no Brasil. O jornalão aponta que a recuperação da economia mundial depende do bloco denominado de Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
“É nos grandes países emergentes, o famoso Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) que a esperança recai hoje – a esperança que a fase de recuperação do atraso de seu nível de vida comparado aos países ocidentais continuará, ou até se acelerarará. E que seus modelos de crescimento, até hoje muito baseados nas exportações, seja de camisetas ou de matéria-prima, cederão aos poucos o lugar a um novo modo de desenvolvimento, dando destaque à demanda interna. ”
Para o Le Monde, a crise não atingiu a China, que terá taxa de crescimento de 8% do PIB este ano, fruto do megaplano de 4 trilhões de yuans (R$ 1 trilhão), implementado no fim do ano passado. Mas o jornal questiona a capacidade de pagamento de dívidas oriundas da grande liberação de crédito ordenado pelo governo chinês.
Na Índia, o crescimento do PIB deve ficar em 6%, fruto da manutenção de ritmo do seu setor de serviços e do fato do setor financeiro indiano supostamente ser pouco conectado ao resto mundo. Somente 15% da economia indiana depende das exportações. O problema lá seria o déficit público de 6,8% do produto nacional bruto.
A Rússia, por sua vez, viu seu PIB despencar 9,8% no primeiro trimestre de 2009 e 10,9% no segundo. Por isso, foi extremamente comemorado pelos russos um tímido crescimento de 0,4% em junho e 0,5% em junho. A fragilidade russa está no fato de sua economia ser ancorada num único pilar: o petróleo.
Já sobre o Brasil prefiro reproduzir a íntegra do que diz o Le Monde:
Ao prever com ironia um ano atrás que “o tsunami” da crise provocaria em seu país uma simples “marola”, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acertou: a recessão só duraria um semestre.
O produto interno bruto aumentou 1,9% no segundo trimestre de 2009, depois de ter recuado durante dois trimestres consecutivos: -3,4% (outubro-dezembro 2008) e -1% (janeiro-março 2009).
Segundo o ministro da economia, Guido Mantega, o gigante sulamericano deverá recuperar em 2010 sua velocidade média anterior à crise, em torno de +4,5%.
Atingido pela recessão mais tarde que a maioria dos países do mundo, o Brasil também saiu dela antes, como mostram dois outros índices: a Bolsa de São Paulo retomou seu alto nível de um ano atrás e a moeda, o real, recuperou toda sua força frente ao dólar e o euro.
A rápida recuperação do Brasil mostra como foi acertada a estratégia adotada pelo governo, com enfoque sobre o apoio do mercado interno. Reduções de impostos na indústria automobilística e de eletrodomésticos mantiveram as vendas nesses dois setores industriais cruciais.
O Banco Central ajudou os bancos em dificuldades, retirando de suas gordas reservas – US$ 200 bilhões – para irrigar o mercado que havia secado. Grandes empresas, como a gigante mineradora Vale, ficaram com medo, congelando seus investimentos, o que é criticado pelo presidente Lula hoje. Mas a confiança dos consumidores não foi abalada: “A economia sobreviveu graças aos mais pobres”, ressalta Lula."
A História acontece como tragédia e se repete enquanto farsa. Karl Marx. 18 brumário
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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